Século XIX - Parte 3: Moda na Belle Époque e Era Eduardiana
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Século XIX - Parte 3: Moda na Belle Époque e Era Eduardiana


Belle Epoque - Edwardian Era (1890-1911)

Em 1901 Edward VII, filho da Rainha Victoria, se torna rei, começa a Era Eduardiana (1901-1913), ao mesmo tempo, na França começa uma época de efervescência cultural, essa época é chamada de Belle Époque (1890 – 1914).

A Belle Epoque e a moda Eduaradiana eram contemporâneas e bastante semelhantes, mas uma acontecia na França e outra na Inglaterra. Considera-se o início da Belle Époque meados década de 1890. Edward só toma posse em 1901. França e Inglaterra eram os dois pólos lançadores das moda que eram copiadas pelos países do ocidente.  A moda deste período é marcado pelo luxo e beleza das roupas, grandes chapéus elaborados, muitas plumas e bordados. O rei é conhecido por seus apetites, amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e moralidade de sua mãe. Foram épocas de ostentação e extravagância.


Na França, a Belle Epoque foi uma era de lindas roupas e luxo para um grupo seleto de pessoas: os muito ricos e os privilegiados de nascença. A França estava em paz, novas invenções facilitavam a vida diária: avião, bicicleta, telefone; cultualmente os cabarés, o cancan, óperas e livrarias divertiam as pessoas e as artes do momento eram a arte impressionista e a arte noveau exportadas para o mundo, arte esta que valorizava curvas de plantas e animais, inspirando arquitetura e o mobiliário. Toda essa alegria e divertimento durou até o começo da primeira guerra mundial em 1914.
As cinturas continuavam finas e os quadris volumosos com ancas e anáguas. Resgata-se o ideal greco-romano com o uso de tecidos leves, rendas e drapés em cores claras ou estampas com motivos florais e muitas fitas, as roupas passam a ter influência do sportswear, já que era moda fazer alguma atividade física.

 

 Já na Inglaterra, o rei Edward, gostava de mulheres maduras e dominadoras com busto pesado. A moda então faz com que os corsets mudem sua estrutura de forma a deixar o busto como o rei gostava. Os espartilhos forçavam o corpo a ficar ereto e ir pra frente levantando o busto e jogando os quadris para trás, fazendo com que o corpo feminino fizesse uma forma de S, considerada "mais saudável" que antiga forma de ampulheta.


A saia era lisa sobre os quadris e tinha formato de sino. Havia uma paixão por renda e muitas delas caiam pelos decotes, as rendas eram colocadas em qualquer parte dos vestidos. De dia as roupas cobriam todo o corpo exceto o rosto, à noite os decotes eram extravagantes. O exagero e a ostentação reinavam em volumes excessivos, penas, rendas e pérolas, babados, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos. A bota era usada para esconder totalmente as canelas. Chapéus e flores adornavam as cabeças, usados com coques. 


Haviam os vestidos para o chá que eram peças bem mais soltas para serem usadas em casa. Começou-se a dar importância a peças com cortes masculinos, afinal, as mulheres estavam entrando no mercado de trabalho e vestidos elaborados não eram a melhor escolha. Outra inovação da moda feminina foi o aparecimento do tailleur, composto pela saia justa e longa e o casaco do mesmo tecido com corte masculino.




Para os homens, formalmente: sobrecasaca, terno e cartola, as calças eram curtas e estreitas e os jovens começaram a usá-la com a bainha virada e com vincos na frente, já que a máquina de prensar calças acabara de ser inventada. Os colarinhos eram engomados e muito altos, retos em volta do pescoço. As barbas eram pontudas e haviam generosos bigodes.

Nesta época surge a moda infantil, embora ainda uma cópia da moda adulta, o uso da roupa de marinheiro nas crianças, evidenciado pela onda esportiva em que viviam, originou um novo segmento de moda.

Em 1908, a silhueta feminina mudou um pouco, o busto não era tão empurrado pra frente e nem os quadris tão para trás. Vestidos estilo império (um pouco diferente dos da época de Napoleão) davam ilusão de estreitar os quadris, por isso eram muito usados em anúncios de espartilho. Os chapéus ficaram maiores fazendo com que os quadris parececem ainda mais estreitos.


Então, em 1910, algo revolucionário aconteceu. Muito se discute sobre o que provocou essa mudança, mas uma apresentação do Balé Russo, o estilista Paul Poiret tinham alguma responsabilidade, mas uma produção chamada Schéhérazade, cujo figurino era do oriente médio, provocou uma revolução: os corsets foram banidos, as saias adquiriram drapeados suaves e ficaram estreitas na barra, se afunilaram ao ponto de cada passo feminino ser de  5 a 8 centímetros. Todas queriam ter aspecto de  escrava de um harém oriental. Algumas até usavam calças de harém visíveis por baixo da saia, mas só as ousadas tinham coragem pois se chamava muita atenção na rua. 



Em 1913,  outra mudança aconteceu:  as golas não chegavam mais até as orelhas, havia o decote em V, que foi um escândalo, pois era uma exibição indecente e os médicos diziam fazer mal para a saúde. 
Um pouco antes da guerra, no fim da Belle Époque, sobre a saia, comprida e justa nos tornozelos, usava-se outra saia, como uma túnica, logo abaixo dos joelhos.
E então a primeira guerra começou, surge então Madeleine Vionnet e Coco Chanel as estilistas da nova silhueta feminina, Paul Poiret, o homem que libertou as mulheres dos espartilhos é convocado e tem que fechar seu ateliê. 
Aqueles tempos difíceis não permitiam extravagâncias, as roupas deveriam ser práticas, simples e sérias, em tecidos como flanela e algodão, baratos e duráveis. A mulher passa a trabalhar, usam-se uniformes, as roupas passam a ser um pouco como conhecemos hoje: praticas e simples. Assim, a bela época teve a moda abafada. 
A Última Era da Elegância teve seu fim.

Postagens anteriores:
Século XIX - Parte 2: Moda na Era Vitoriana
Século XIX - Parte 1: Moda na Era Romântica


O texto foi escrito pela autora do blog de acordo pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.



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