Na Era Barroca, embora as mulheres se tornassem mais liberais, ainda não podiam participar ativamente da vida política e comercial, mas foram encorajadas a expressar livremente suas ideias com a introdução no século XVII, do "salão", que era uma reunião de um grupo de pessoas com ideias semelhantes num ambiente doméstico.
Escritores, jornalistas e outras pessoas fofocavam, trocavam ideias e promoviam suas carreiras. Estes espaços eram criados, em geral, por mulheres ricas como Lady Caroline Holland e as Madames de Stael, de Chevreuse e de Sévigné.
Retrato de Madame Sévigné: seu vestido simples reflete o novo estilo barroco:
mais natural, sóbrio e elegante que as extravagâncias renascentistas.
As opiniões das mulheres começaram a ter mais importância, filósofos como René Descartes e Poullain de la Barre introduziram novas teorias sobre gênero. Descartes acreditava que o corpo e a alma eram separadas, já de la Barre acreditava que a alma não tinha gênero, assim, se as mulheres recebessem a mesma educação que os homens,os "vicios femininos" seriam reduzidos. Esses debates em salões e na corte não chegavam a todas as camadas da sociedade. Se as mulheres trabalhassem, elas ganhavam menos que os homens, casais lésbicos viviam como homem e mulher onde uma delas se vestia de homem. Casamento e criação dos filhos eram a principal função da mulher barroca. As mulheres ricas já tinham acesso à cirurgiões na hora do parto; a melhor alimentação garantia o desenvolvimento dos filhos e já se fazia controle de natalidade.
O aumento da classe media acelerou a moda. A partir de 1650 a moda francesa dominou a europa substituindo a influência espanhola, os vestuário começou a ser feito mais como um terno ou um conjunto, chamados de en suite: o corpete, a anágua e o vestido eram do mesmo tecido e usados juntos. A forma da França espalhar sua moda foi através de manequins em tamanho humano que eram apresentados aos monarcas de vários países. O vestuário feminino e masculino também passam a se diferenciar de forma mais marcada assim como houve a volta da sazonalidade: tecidos leves no verão e os pesados no inverno.
Entre 1672 e 1674 o formato e ornamentação das mangas mudou pelo menos sete vezes. Assim como na arte, a moda barroca era fluida com silheuta mais natural e sóbria com joias simples. O conforto passou a ser considerado e começava a refletir características individuais, a opinião do cliente importava na confecção do vestuário.
O decote profundo era chamado de décolletage, era aberto e amplo e exibia um busto elevado que podia ser coberto com uma gola de renda. Essa liberdade maior no corpo refletia também uma descoberta feita em 1628 por Willian Harvey: da circulação sanguínea, assim, haviam debates sobre o uso do espartilho muito justo visando descobrir se ele era o causador de dores e sensações desagradáveis nas mulheres. Acaba que são abandonados todos os fixadores de madeira que eram usados dentro das roupas femininas. E o espartilho também se torna mais curto e menos engomado. Os quadris continuam acolchoados e com uso de saias como anáguas de volume.
Casacos de seda curtos e acinturados e mangas no antebraço com rendas no punho.
A transição visual entre o corpete e a saia da mulher era bem menos dramática que na era renascentista.
Em 1670 introduziu-se o robe de chambre, um substituto casual do vestido formal também conhecido como mantua. Tinham mangas e punhos na altura dos cotovelos e ficou pelo menos um século na moda. Depois vem o vestido sacque ou robe à volante aberto na frente e levemente cilhado na cintura. Em versaillhes as mulheres suavam três saias, sendo que a última tinha uma cauda longa que era carrega da por um pajem.
Havia grande demanda por pérolas que eram usadas em todo lugar: cabelos, mangas, roupas, e em brincos simples em formato de gota.
Na época acreditava-se que a água era nociva à pele, por isso elas esfregavam suas peles em toalhas para diminuir os odores e trocavam a roupa de baixo, branca, com frequência. O perfume era o substituto do banho, disfarçava odores e era carregado em caixinhas presas à cintos ou correntes no pescoço ou em sachês em tafetá com pós perfumado. Inclusive os ambientes eram aromatizados. Tudo era perfumando! Dos dentes limpos com pastilhas aromáticas à lenços e cachorros de estimação.
Luvas também eram perfumadas
Lábios vermelhos, sobrancelhas escuras e delineadas e olhos claros eram o ideal de beleza. Nos cabelos, o ideal eram pretos ou castanhos com cachos até os ombros ou nas laterais do rosto. Os calçados femininos e masculinos eram semelhantes, sendo pras mulheres mules e tamancos em seda ou cetim.
O vestuário feminino barroco variava de cada país, por exemplo na Inglaterra manteve traços renascentistas por um bom tempo e na Holanda era mais austero com cores escuras e golas fechadas em rendas.
Fonte: História da Indumentária e da moda - Da antiguidade aos dias atuais. Editora GG Moda.
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